Margem - Richard Swenson
VIVENDO SEM MARGEM
As condições da vida moderna devoram nossa margem. Se você é sem-teto, é enviado para um abrigo. Se não tem dinheiro, ganha cestas básicas. Se não tem fôlego, é conectado a um tubo de oxigênio. Porém, se não tiver margem, recebe ainda assim algo mais a fazer.
Falta margem é chegar trinta minutos atrasado ao médico porque saiu do banco vinte minutos atrasado porque deixou as crianças na escola dez minutos atrasadas porque o seu carro ficou sem combustível a duas quadras do posto de gasolina - e você esqueceu a sua carteira.
Margem, por outro lado, é ter fôlego de sobra no topo da escadaria, dinheiro sobrando no final do mês, e saúde mental ao final da adolescência.
Falta de margem é o bebê chorando e o telefone tocando ao mesmo tempo; margem é a vovó ficar com o bebê durante a tarde. Falta de margem é alguém pedir que você carregue uma carga com cinco quilos a mais do que você pode suportar; margem é ter um amigo para carregar metade do peso. Falta de margem é não ter tempo de terminar aquele livro que você está lendo sobre estresse; margem é ter tempo de lê-lo duas vezes.
TEM CURA?
Se focarmos e nos esforçamos para entender, será que essa doença dolorosa de viver sem margem é curável? Ter saúde é possível? É claro que sim. Porém, o tipo de saúde do qual estou falando raramente será encontrado no "progresso" ou não "sucesso". Por essa razão, não sei quantos estão dispostos a conquistar a cura. Mas pelo menos todos nós merecemos a chance de entender a doença.
- Autor: Richard Swenson